Dezoito áreas foram invadidas, a partir de 2007, nos municípios de Guaíra e Terra Roxa
Divulgação |
---|
O deputado Elio Lino Rusch: as pessoas não podem se calar
|
O argumento de retomar áreas de terra que pertenceram a seus antepassados não seria a única e provavelmente não é a mais importante das razões para os conflitos envolvendo demarcações na região do Extremo-Oeste do Paraná, em Guaíra e Terra Roxa. Outros interesses estariam dando suporte à ação dos indígenas, o que evidencia o tamanho do impasse que entidades organizadas, Justiça e governo têm em mãos para resolver. Como os nervos estão exaltados e há risco de violência, não há muito tempo para que uma solução seja encontrada.
O deputado estadual Élio Lino Rusch tem reforçado uma denúncia apresentada por ruralistas da fronteira, inclusive do Mato Grosso do Sul, de que a orquestração da ocupação de terras na região não seria unicamente uma ação isolada da comunidade indígena. “Há outras coisas por trás desse movimento, que são preferencialmente os interesses de contrabandistas, de narcotraficantes e até mesmo de ongs internacionais que tentam interferir na soberania brasileira”. Em recente encontro com empresários em Terra Roxa, Rusch informou que as pessoas não podem ficar caladas. Precisam se mobilizar e procurar seus direitos.
Em conversas com ruralistas e especialistas no assunto, Elio Rusch entendeu os motivos que alimentam a crise principalmente em Terra Roxa e Guaíra. A intenção dos índigenas é de pressionar, e teriam para isso inclusive a colaboração de pessoas ligadas à Funai (Fundação Nacional do Índio), pela demarcação de uma área de 100 mil hectares, que seguiria prioritariamente pela área lindeira ao lago de Itaipu. “Vi o que querem e isso deixou evidente que há interferências externas aos verdadeiros motivos da sucessiva chegada de famílias indígenas ao Extremo-Oeste do Paraná”.
O parlamentar lembra que em áreas indígenas a força policial de prevenção e de repressão perde seus poderes de atuação e, com demarcações na região de fronteira do Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai, essa condição facilitaria e muito a atuação de grupos ligados ao contrabando e ao narcotráfico. O que o Brasil precisa e logo, por meio de mobilizações legítimas, bem organizadas e sem qualquer violência, é buscar na instância que for o respeito a uma lei que está acima até mesmo da Constituição Brasileira, que é a do direito à propriedade, ressalta o deputado estadual Elio Rusch.