Obras de asfalto no Brasil e no Paraguai estão gerando otimismo e perspectivas de desenvolvimento dos dois lados da fronteira na região do Cone Sul do Estado, em Mato Grosso do Sul.
No Cone Sul de MS pelo menos três grandes obras lançadas pelo Governo do Estado estão em andamento.
A pavimentação dos 98 quilômetros da Rodovia MS-180 ligando Iguatemi a BR-163 em Jutí, cortando cerca de 20 quilômetros do município de Amambai, a MS-165, vulgarmente conhecida como “Sul-Fronteira”, que foi retomada após mais de ano de paralisação e, na etapa em execução irá interligar Sanga Puitã ao distrito de Vila Marques, passando por Aral Moreira e a obra apontada como a mais importante delas, que é a recuperação dos cerca de 250 quilômetros da rodovia vulgarmente conhecida como “Guaira-Porã”, que liga Sanga Puitã, em Ponta Porã a BR-163 em Eldorado, no extremo sul do Estado.
É pela Guaira-Porã que é escoada toda a produção agropecuária da faixa de fronteira para os estados da região sul do País, principalmente para o Porto de Paranaguá para fins de exportação.
Esta rodovia, por sua vez, também é a principal rota de entrada de produtos industrializados e implementos para o próprio setor agropecuário de toda a região.
Também é pela Guaira-Porã o único acesso pavimentado ligando os municípios de Iguatemi, Tacuru, Sete Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia e Aral Moreira, ao resto do Estado em Mato Grosso do Sul e aos grande centros do País.
No Paraguai está em andamento com recursos do Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata), a pavimentação dos aproximados 145 quilômetros de rodovia interligando Capitan Bado, cidade que faz divida com Coronel Sapucaia, no Brasil, a região da cidade de Santa Rosa.
A pavimentação da via vai encurtar em mais de 100 quilômetros a distância de Capitan Bado e conseqüentemente do Brasil à capital paraguaia, Assución e é apontada com um marco para o desenvolvimento, tanto de Capitan Bado como da cidade brasileira e roda a faixa de fronteira nos dois países.
Em Capitan Bado, município que no Brasil acaba tendo a imagem manchada por conta do tráfico de drogas, mas na realidade é o segundo maior produtor de grão e o quarto maior produtor no setor da pecuária no Paraguai, o início da pavimentação da rodovia, que deverá levar dois anos para ser concluída, gerou clima de euforia.
Segundo o presidente da ACCB (Associação Comercial de Capitan Bado), o empresário, José Arguelho, de um ano para cá o governo do país tem voltado suas atenções para o município e já de olho no potencial econômico, inclusive no turismo de compras vindo do Brasil, tem investido no setor de infraestrutura urbana.
“Isso fez elevar o interesse por investimentos. Terrenos que custavam 10 mil dólares hoje custam 50 mil, grandes empresas dos ramos, comercial e de exportação estão adquirindo terrenos e se preparando para se instalar aqui em Capitan Bado e já pensando em garantir seu espaço mediante a concorrência que fatalmente vai surgir, os próprios comerciantes badenhõ estão investindo em melhorias nos prédios e fortalecendo seus estoques para atender a demanda”, disse do presidente da Associação Comercial.
José Arguelho também salientou que o setor da construção civil também está bastante aquecido em Capitan Bado. Bairros, antes com residências dispersas, hoje se transformaram em verdadeiros canteiros de obras e inclusive já falta mão de obra para o setor da construção civil no município paraguaia que, segundo a ACCB, unindo perímetro urbano e a zona rural, tem uma população estimada em 26 mil habitantes.
A AESA (Associação Comercial e Empresarial de Coronel Sapucaia) também vê com bons olhos e grandes oportunidades de negócios a chegada do asfalto ligando Santa Rosa a Capitan Bado.
Segundo a presidente da entidade, Maria Conceição Scarpini, a classe empresarial sapucaiense já começa a se preparar para acompanhar a possível evolução comercial da cidade paraguaia investindo na melhoria do aspecto visual e estrutural de seus estabelecimentos.