A redução salarial dos vereadores deve se tornar uma tendência na política regional a partir de agora. Apó...
A redução salarial dos vereadores deve se tornar uma tendência na política regional a partir de agora. Após a repercussão em nível nacional da polêmica envolvendo a câmara de Santo Antônio da Platina (que voltou atrás em projetos de ampliação do número de cadeiras e reajuste salarial, e acabou aprovando remuneração de R$ 970 para a próxima legislatura), outras câmaras deverão ter atitudes similares.
E a primeira delas pode ser a de Arapoti, onde um grupo de vereadores já orquestra um projeto para reduzir em 60% os vencimentos mensais, que será apresentado na volta do recesso, no próximo dia 3. Vale dizer que todas as decisões tomadas agora valem apenas para a próxima legislatura, a partir de 2017.
O anúncio do projeto foi feito em programa de rádio no último sábado (18) e desde então tem causado elogios por parte da comunidade. Atualmente cada um dos nove vereadores deArapoti recebe R$ 4,5 mil mensais. Se o projeto tiver a concordância da maioria dos vereadores, o subsídio dos parlamentares passaria para R$ 1,7 mil.
“Já tínhamos essa idéia anteriormente, apenas coincidiu com o que houve em Santo Antônio. Mas aqui não tem demagogia, já pensávamos nisto tendo como objetivo economia aos cofres públicos”, coloca o presidente da câmara de Arapoti, Wesley Ulrich, o Lelo (PT).
“Vereador não pode viver da legislatura, não temos salário, e sim um subsídio. Claro que pensamos em um valor que ampare o mandato e dê condições dignas do vereador trabalhar, mas que também seja coerente com a realidade do município. Estamos em estudo ainda, mas a idéia do projeto é gerar uma economia de R$ 1 milhão por ano para Arapoti”, completa.
OUTROS LUGARES
Como já foi dito, porém, a redução parece ser uma tendência regional. Onde não há iniciativa entre os próprios vereadores, movimentos populares começam a ganhar forma principalmente pelas redes sociais, onde milhares de moradores da região têm feito posts reivindicando esta medida para seus municípios também.
Entre outras, é muito provável que as câmaras de Ibaiti, Jaguariaíva, Siqueira Campos, Tomazina e Wenceslau Braz, que por serem os maiores municípios da região também possuem os maiores salários para os políticos, debatam o tema após a volta do recesso parlamentar de julho.
Após aumento de cadeiras, movimento
organiza protesto em Jacarezinho
Em Jacarezinho, após a câmara de aprovar aumentos do número de cadeiras (de 9 para 13), um grande movimento popular toma forma, igualmente com origem nas redes sociais.
Uma página no Facebook relatando o tema já tem mais de mil seguidores, e a convocação é para uma mobilização em massa da comunidade para cobrar que os vereadores do município voltem atrás no aumento e que também reduzam os vencimentos mensais – inclusive com a sugestão de salário mínimo como subsídio proposta pelos organizadores do movimento.
Na semana passada, quando houve a aprovação, um pequeno grupo de pessoas compareceu na sessão para protestar contra o aumento do número de vereadores, e segundo relatos, um dos vereadores teria se referido aos manifestantes como “meia dúzia de gatos pingados achando que conseguem botar pressão em alguém”.
A possibilidade agora é de que haja uma “tempestade de gatos” na próxima sessão da câmara de Jacarezinho, marcada para o próximo dia 3.
LUCAS ALEIXO
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