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Sem água há 4 meses, indígenas ameaçam bloquear a MS-295

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

/ JORNAL EDUCADORA


Lideranças da Aldeia Arroyo Corá denunciam que várias crianças e idosos já adoeceram por tomar água contaminada de represas e riachos


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Jovens com cartazes pedindo solução para o problema. Caso até sexta-feira nada seja feito para resolver, a comunidade vai bloquear a MS-295 por tempo indeterminado. Manifesto pode começar segunda-feira, diz a população da Arroyo Corá. (Fotos: Vilson Nascimento)
Vilson Nascimento
A comunidade indígena da Aldeia Arroyo Corá, situada a aproximadamente 45 quilômetros da cidade, no município de Paranhos, ameaça bloquear por tempo indeterminado, o trânsito na Rodovia MS-295, trecho que liga Paranhos a região central do Estado, em Mato Grosso do Sul.
A manifestação é por conta da falta de água na reserva indígena, problema que já perdura quatro meses sem que o órgão responsável pela distribuição, ou seja, a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) tome providências, segundo as lideranças locais
De acordo com Dionísio Gonçalves, capitão ou “cacique” como também é chamado o líder da comunidade indígena, deste que a bomba do único poço artesiano existente na aldeia estragou há 120 dias, a população da reserva está sobrevivendo sem água apropriada para o consumo humano.
Veja o pronunciamento do “cacique” Dionísio Gonçalves:
Segundo Dionísio, sem água potável na torneira, as famílias estão sendo obrigadas a consumir água de lagoas formadas pela chuva dentro da própria reserva indígena ou se deslocarem por quilômetros para apanhar água em minas ou em um córrego que passa na divisa entre a Aldeia Arroyo Corá e propriedades rurais.
“Acontece que esse córrego passa por lavoras e pastagens e acaba tendo a água contaminada por agrotóxicos e dejetos de animais. Em relação as lagoas de água da chuva existentes nas aldeia, que normalmente são usada apenas para o consumo dos animais, com a falta de água nas torneiras, as família passaram a usar a água para lavar roupa, lavar louça, tomar banho e em alguns casos até para o consumo, feito que tem provocado doenças como diarréias e vômitos nas crianças, idosos e até mesmo nas pessoas mais jovens ”, disse o cacique.
Prazo até esta sexta-feira
Cansados de esperar por uma solução para o problema, a comunidade de Aldeia Arroyo Corá decidiu estabelecer um prazo até esta sexta-feira, dia 29 de agosto, para que a SESAI e as autoridades competentes apresentem uma solução para o problema.
“Queremos que o problema seja resolvido o mais rápido possível, por isso buscamos a ajuda de vocês da imprensa, para mostrar o grave problema, inclusive de saúde pública, que a falta de água está proporcionando em nossa aldeia. Caso até esta sexta-feira a SESAI e as autoridades competentes não apresentem nenhuma solução, a comunidade já se decidiu, vai bloquear a rodovia e só vai liberar depois que o problema da falta de água for resolvido definitivamente”, disse Dionísio Gonçalves.
Veja no vídeo manifesto da população local:
Segundo o líder guarani-kaiowá, a reivindicação da comunidade é que o poço hoje já existente seja colocado em operação de imediato e para que seja construído um novo poço para atender a demanda.
Segundo Dionísio Gonçalves, a Aldeia Arroyo Corá abrange uma área territorial de mais de 7 mil hectares, abriga 109 famílias e tendo uma população estimada em mais de 700 habitantes.
Fonte: A Gazeta News
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