Foto: Marcos Tomé/Região News A informação de que o terena Oziel Gabriel, ferido com um tiro disparado por um policial fed...
Foto: Marcos Tomé/Região News
A
informação de que o terena Oziel Gabriel, ferido com um tiro disparado por um
policial federal, havia morrido logo após chegar ao Hospital Elmiria Barbosa,
desencadeou indignação entre os índios que permaneciam na Fazenda Buriti. Eles
atearam fogo e destruíram completamente as três casas (a principal e duas
reservadas a funcionários) que se transformaram em escombros. Das benfeitorias,
só ficou em pé o mangueiro.
Diante
da revolta dos índios, que ocupam áreas vizinhas (fazendas 3 R , Querência São
José e Santa Helena) e com a destruição da sede, Ricardo Bacha, dono da fazenda,
não terá condições de voltar à propriedade tão cedo, também por e causa do risco
iminente de um novo confronto.
Os
índios, mais do que as forças policiais, responsabilizam Bacha pelo desfecho
trágico da desocupação. Além de recorrer à Justiça, o ex-deputado esteve em
Brasília, mobilizou boa parte dos deputados estaduais, atraiu produtores para
pressionar a Polícia Federal, com o propósito de retirar os índios das terras
que considera serem suas e são reivindicadas pelos terena como terra
indígena.
Na
Fazenda 3 R, por exemplo, que pertence a um primo de Bacha, Roberto Bacha, os
índios estão há três anos numa área da propriedade onde formaram uma aldeia.
Firmaram acordo com o proprietário que não expandiriam a ocupação até a decisão
final da Justiça. Pela manhã, quando ainda esperava uma desocupação pacífica,
chegou a Sidrolândia, na expectativa de que à tarde retomaria a posse da
propriedade.
Enquanto
isto, um grupo de 17 índios que se confrontaram com a Polícia durante a
desocupação foi levado preso para Campo Grande. De acordo com a PF (Polícia
Federal), todos cometeram o crime de desobediência. Entre eles há uma mulher e
três adolescentes. Os índios foram levados para o auditório da PF para serem
ouvidos, um por ver, pelo delegado de plantão.
Os
menores de idade foram encaminhados à Polícia Civil de Sidrolândia.
Representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio) e de ONGs (Organizações Não
Governamentais) estão na Superintendência e irão conversar com os indígenas,
após depoimento deles.
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