Corintiana desaparecida teria desviado R$ 150 mil para ir a jogo
Uma analista de recursos humanos é suspeita de ter desviado mais de R$ 150 mil da empresa onde trabalhava para assistir ao primeiro jogo entre Corinthians e Boca Juniors, pela final da Taça Libertadores da América, na quarta-feira, em Buenos Aires. A mulher de 33 anos estava desaparecida há uma semana, e era conhecida no trabalho como "corintiana roxa".
V.S.F., que em três anos já havia sido promovida quatro vezes na empresa de hidráulica do Parque São Lourenço, em São Paulo era "funcionária exemplar" e tinha cargo de confiança que lhe garantia total acesso às contas bancárias do presidente da firma. Na semana passada ela saiu do trabalho para fazer um serviço externo e não voltou mais.
Preocupada, uma colega telefonou a familiares da analista, mas ninguém sabia de seu paradeiro. Assim, foi até a Central de Flagrantes da 8ª Seccional para registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento.
Falso sequestro
Depois que o caso foi registrado e encaminhado ao 49º Distrito Policial (São Matheus), a Polícia Civil começou a desvendar o suposto desaparecimento. Em contato com familiares, a equipe descobriu que um saque de R$ 19 mil tinha sido feito da conta bancária da analista. Além disso, várias outras movimentações financeiras haviam sido realizadas com seus cartões de crédito.
O Pálio vermelho de V.S.F. foi encontrado pelos policiais civis, abandonado no estacionamento do Shopping Aricanduva. Com a notícia, a família começou a acreditar num sequestro-relâmpago.
Mas após analisar as imagens das câmeras da agência bancária e do shopping, a Polícia Civil descobriu que em todos os momentos a analista estava sozinha. Além disso, uma das compras feitas com o cartão de crédito era de uma passagem aérea para Buenos Aires.
Com apoio da equipe da Delegacia do Aeroporto de Guarulhos, os policiais descobriram que a "desaparecida" havia embarcado às 15h30 do dia 21 com destino à Argentina. "Algumas coisas não batiam, então pensamos: 'tem boi na linha', a história não é essa", contou José Manoel Martins, delegado titular do 49º DP, que pediu uma auditoria à empresa onde V.S.F. trabalhava. Foi quando se descobriu os desvios de mais de R$ 150 mil. O delegado acredita que a quantia furtada pode ser ainda maior.
O sócio da empresa disse à polícia que, um dia antes do desaparecimento, havia percebido o desvio financeiro e pedido explicações a V.S.F.. Foi marcada reunião para o dia seguinte, mas ela não apareceu. Para o delegado, a analista agiu sozinha no furto, e essa não deve ter sido a primeira vez, já que ela manipulava todas as contas da empresa. "A família ficou chocada quando soube do esclarecimento do caso.
A reação foi de duas emoções contraditórias ao mesmo tempo: o alívio de saber que a filha não havia sido sequestrada e a indignação por descobrir as atitudes dela, já que era uma pessoa 'que não precisava fazer esse tipo de coisa'", comentou Martins. V.S.F. já entrou em contato com amigos e familiares e ficou de se apresentar espontaneamente à polícia na semana que vem. Ela será indiciada por furto qualificado continuado, para o qual a pena é de dois a oito anos
Fonte: Midiamaxnews