O corpo do índio de 34 anos, morto a tiros em uma fazenda no municipio de Sete Quedas, foi enterrado na manhã de sábado, 14, na aldeia Paraguassu, segundo o representante do Conselho Aty Guassu, Otoniel Guarani. Os indígenas pediram que uma cruz seja colocada no local onde ele foi morto.
Segundo Guarani, lideranças indígenas se reuniram com membros do Ministério Público Federal (MPF) para chegar a um acordo sobre o enterro do indígena.
Durante a semana várias reuniões entre Policia Federal, Força Nacional, Produtores e Políticos para determinar o local onde o indígena seria enterrado. Os indígenas queriam enterrar o corpo na fazenda, no local onde ele foi morto. Os produtores não aceitavam. Os indígenas foram convocados para as reuniões mas não compareceram.
Como os índios queriam que o corpo fosse enterrado no local onde ocorreu o crime, e não se chegou a um acordo, e devido ao estado de decomposição e a demora no acordo, ficou decidido que ele seria enterrado na própria aldeia.
Na reunião, segundo Guarani, os indígenas fizeram a proposta de que uma cruz seja colocada no local onde ele morreu e que o proprietário da fazenda deixe acesso livre para os indígenas nesse local.
De acordo com Otoniel Guarani, a proposta ainda não foi aceita. Na proposta, os indígenas pedem que o local não seja vigiado por capatazes e nem seja colocada cerca, pois na tradição indígena, o local é sagrado. Os indígenas pedem ainda uma reunião com Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo para falar sobre desapropriação de terra.
Os indígenas deram um prazo até esta quarta-feira, 19 para o MPF levar uma resposta até a aldeia. De acordo com Guarani, não foi definida qual a ação deles caso não tenha uma resposta negativa, mas adianta que a fazenda não será ocupada.
Emboscada
O indígena estava a caminho da propriedade para receber pagamento por serviços prestados. Ele estava acompanhado pelo pai, que relatou à polícia que os dois foram abordados por um homem encapuzado que usou uma espingarda e uma pistola para atirar.
Durante buscas na fazenda, foram apreendidos oito cartuchos de munição calibre 28, uma espingarda e um capacete. O dono dos objetos, funcionário do local, foi preso por porte ilegal de arma de fogo e foi apontado como suspeito para o homicídio.
Não foi estipulada fiança, já que o caso ainda está em investigação. O homem será transferido para a delegacia de Sete Quedas. Segundo o delegado Rinaldo Mendonça, foi descartada a hipótese de que a morte tenha sido provocada por conflito agrário e a hipótese mais provável é crime de vingança.