Os dois assaltantes mortos em confronto com policiais militares no início desse mês de abril em Sete Quedas tinham como meta roubar um veículo e assassinar um ex-membro do grupo criminoso que reside na cidade.
A informação é do delegado titular de Polícia Civil de Sete Quedas, Dr. Rinaldo Gomes Moreira, que está a frente das investigações do caso.
Segundo o delegado, a quadrilha, que é especializada em assaltos a mão armada, principalmente em roubo de veículos, tem base na cidade paraguaia de Salto Del Guairá, mas atua ao longo de toda a faixa de fronteira entre Brasil e Paraguai, já vinha sendo investigada e desbaratada pela Polícia Civil do Estado.
Por meio desse trabalho, um dos membros do grupo acabou preso em Iguatemi e em seguida outro integrante, Roberto Rosa Magalhães, o “Robertinho”, de 27 anos, que segundo a polícia, servia como uma espécie de “olheiro” do bando, ou seja, ficava responsável por escolher as vítimas e acompanhar a rotina das pessoas à serem assaltadas para facilitar a ação do grupo, foi preso em Sete Quedas por meio de trabalho de investigação da Polícia Civil local.
A “queima de arquivo”
Segundo o delegado, Dr. Rinaldo Moreira, o plano dos marginais no dia do confronto com os policiais, ocorrido na noite de 6 de abril, foi relatado por um dos criminosos feridos, Fernando Elias Nunes Freitas, o “Cacique”, de 23 anos, no hospital momentos antes de morrer.
De acordo com o delegado, sobre a maca, no Pronto Socorro do hospital, Cacique teria relatado que o objetivo da quadrilha naquela noite era tomar um veículo em assalto e se vingar (supostamente matar), um ex-membro do bando, que ele dizia saber só o primeiro nome, “Geovane” que seria residente em Sete Quedas.
De posse dessa informação, a equipe de investigação, chefiada pelo delegado, Dr. Rinaldo Moreira, passou a intensificar os trabalhos e na tarde dessa segunda-feira (22) chegou ao tal Geovane.
Segundo o delegado, trata-se de Geovane Vieira da Silva, o “Fumaça”, de 28 anos, que atualmente trabalha como pedreiro no município.
Em depoimento na Delegacia na tarde dessa segunda-feira, Geovane confirmou que de fato integrou a quadrilha e inclusive chegou a agir efetivamente em uma das ações do bando, a tentativa de roubo de uma caminhonete ocorrida recentemente no centro da cidade, em Sete Quedas.
De acordo com o delegado, ao deixar o bando para trabalhar de forma lícita, Geovane Vieira da Silva passou a se tornar uma ameaça para a quadrilha, já que conhecia o bando e poderia delatar os marginas, fator pelo qual os membros do bando pretendiam matá-lo, ou seja, realizar a ação vulgarmente conhecida como “queima de arquivo”.
Segundo a Polícia Civil, como as investigações já apontavam a participação do rapaz no grupo criminoso e diante de sua confissão de forma espontânea frente a autoridade policial, Geovane Vieira acabou indiciado em inquérito e liberado para responder em liberdade, já que não estava em situação de flagrante.
O delegado responsável pelas investigações do caso, Dr. Rinaldo Moreira, informou que vai representar pela prisão preventiva de Geovane junto a Justiça.
Investigações continuam
Mesmo com dois integrantes do bando mortos, vários já presos e outros identificados, as investigações em relação a quadrilha vão continuar, segundo o delegado responsável pelos trabalhos, Dr. Rinaldo Moreira.
Segundo o delegado, no dia do confronto com os policiais que resultou na morte de dois dos suspeitos, o “Cacique” e a do paraguaio, Roverson Bonifácio Viera, de 28 anos, um terceiro membro do bando conseguiu escapar a bordo de uma Fiat Strada cor preta com placas do Paraguai.
De acordo com as informações levantadas pelo delegado junto a Fernando Freitas, o “Cacique”, esse indivíduo seria residente no Paraguai e inclusive estava com uma das armas usadas para efetuar os disparos contra os PMs, uma pistola calibre 9 milímetros.
Além dos dois suspeitos, um morto no local e outro que morreu momentos depois no hospital, um policial militar também acabou ferido com um tiro na barriga durante a troca de tiros, mas sem maiores gravidades durante o confronto.
Fonte: A Gazeta News
